quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Derrepente

ainda explodo
e sobrará de mim
fragmentos inutéis
sem um corpo

fragmentos inutéis 
de um corpo

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Procrastina

anda, e foge vivo!
é tempo agora dá
de certo em outra hora
desandas e vai chorar

despede, evita agulha
esquiva seu animal
tu gritas fica acuado
tá feio vão te pegar

o ferro pra marcação
na ponta que a brasa tá
encosta té arde o coro
é bobo de levantar

que dó, vejo esperança
corisco vai te achar
se acha te corta vivo
fui louco pra te avisar

é briga de forasteiro?
por fim, não quero entrar
pois vive quem é ligeiro
e a morte pode esperar

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Entenda

és a rosa
espinhosa
e me arranhas
se te pego

lá fundo,
quaresmeira 
deu de ver o
horizonte

subi lá, e
tu de cá
em refugo
sei, me
mostras

esse ego
escondido
transtonado
em aparencias

inda assim
será capaz

de amar e
ser amado

inda sim
me arranhas

la no fundo
se te pego...

sou amado
rosa, és

Delirio

me achei na beirada do rio,
eu andei num pedestal.
sobre o mar, enfurecido
fiz té doce, que só mel.
pra minh'alma assombrada
muito amarga, era féu.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

maquiagem

te esperei até essas horas
para tu deixar recado?

és valente, de coragem
e te invejo, por teus ares

tua farpa? me intriga
francamente não sou tolo.

malabares, com olhares
e não lembras o perfume...

insitir,foi o pior
encontrei a embalagem

sem bagagem, era doce,
era meu...
e por maudade

mascarada, venenosa
novamente tu roubaste.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

te engano

eu lapidei o
carvão

pois achei
que fosse
pedra

foi
ontem
só trabalho
mas por fim
em tudo foi
vão

tirei poeira
raiva
rabisco sem
pretensão

um cordel
escrita boba
que surgiu
no coração

vem comigo,
vem comigo
pode vir
de pé no chão
vou contigo,
vou contigo
se gritar
me de a mão

se te achei
tu era pedra
hoje morre
és carvão

eu pensei
fosse que
amor
me enganei
o coração

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Arguido

sou só,
soneto,
eu...

absoluto
como o raiar do sol
na manhã que só serve
para coroar a noite
que passou...

sou colo,
hiato,
seu...

divago para divã
em um brinde a carnavalia
que mata o espirito
na rechaça contra a alma.

a sós,
enfim,
nós...

vá de reto
para frente
não me importa
se é pra sempre
pois não quero
que não é meu.

soneto
seu,
hiato
meu...

recomeço todo dia
com a mesma alegria,
o doente não sou eu.