segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Tudo meu



Não me basta o espelho,
muito menos as fotos
que fazem do meu rosto.
Não adianta balança,
muito menos os físicos
exercícios que me cansam.

Não bastam estas letras,
menos ainda as palavras
que eu solfejo.

Não me basta ser eu.

Eu quero ser todos
os personagens,
de todos os textos,
de todos os livros
e roteiros.

Não basta o som.
Não me basta a voz.

Nada me basta,
tudo eu reinvento.
Até o vento que é
de todos, desse
também, eu já me apossei.

Em um assobio.